sexta-feira, 3 de julho de 2015

LIRISMO DOS PÉS DESCALÇOS

Ao meu redor tinham pedaços de tecidos, retalhos e tubos de linha...

"Pequenina almofada de agulhas parecendo um porco espinho.
Plantas na janela...
Pardais cantando me fazendo ter a sensação que era fim de semana, 
como se isso fosse diferente em outros dias.
Meus olhos e ouvidos de criança...
A luz daquela sala era especialmente diferente,
cobrindo alguns pontos de dourado.
O tempo de contos de fadas e deslumbramento pelo mundo.
Guerreiro de armadura...
Superman ou Wolverine...
Dragão ou guerreiro na armadura...
O que quer que fosse, era sempre muito mágico.
Mas tinha algo que sempre era. Um grande cientista. Todos um dia fomos...
Construía o que quer que fosse, mesmo que nem todos vissem.
Correr e pular... pés descalços minha gente.
Tudo tão bom... 
E diga ao mundo que meus sonhos de algodão doce dissolvem na língua.
Abraço de amigos ou brigas. Tudo resolvido em poucos instantes e sem mágoas.
O mundo numa velocidade incrivelmente lenta.
Pés velozes... A pressa em tudo.
Fogos e rojões. 
Pé-de-moleque e chocolate.
Finanças em pote de moedas.
Tudo é uma grande descoberta.
Nadar num rio de águas
geladas.
Bola de gude, pipa e carrinho de madeira.
Álbum de figurinhas e promoções fantásticas para ganhar garrafinhas. 
Refrigerantes com sabores fantásticos.
A modernidade dos brinquedos de montar.
Livros e gibis...
Desenhamos por linhas tortas e pintamos fora dos círculos...
Risadas... Felicidade sem fim.
Rosto sujo de travessuras, doces ou frutas.
Fechamos os olhos e giramos...
Giramos muito até ficar tonto e cair.
Dali olhamos o céu...
A beleza de tudo.
A vida num pema de criança."

(A.M.A.S.)

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