terça-feira, 24 de dezembro de 2013

GIZ PASTEL SECO (RECEITA PRÁTICA)



Sou apaixonado por desenhos em pastel, em especial aos trabalhos realizados por Edgar Degas. Trabalhar com este material é algo que requer paciência e delicadeza. Fazer suas barras de pastel deve ser uma experiência agradável. Abaixo teremos uma receita básica, mas você poderá trabalhar esta receita até chegar ao ponto desejado. Mantenha um registro de tudo que fizer, pois assim terá como corrigir ou refazer experiências bem sucedidas.


PASTEL SECO

É um material antigo, referido pela primeira vez por Leonardo Da Vinci como um material elegante para "pintar a seco". Este material pode ser utilizado em quase todas as superfícies de papel, mas apresenta um inconveniente na sua utilização, pois uma vez utilizado no suporte pode-se tornar um desafio apagar parcialmente o Pastel Seco sem deixar vestígios.

PASTEL A ÓLEO 

Esse tipo de pastel existe desde a década de 60 do século XX e a sua fabricação é semelhante ao do pastel seco, tendo como diferença o óleo, componente que acabará por dar nome a este material. O Pastel de Óleo pode ser diluído no suporte usando um pincel e, ao contrário do Pastel Seco, é um material que é o excesso pode ser facilmente removido, pois com a ajuda de ferramentas, como uma faca, pode simplesmente retirar-se o engano.

MATERIAL:

*Goma tragacanto (Gel, uma parte de goma para uma de álcool de cereais em 30 partes de água. Coloque em um vidro, agite bem e deixe descansar por 24 horas.).

*Água destilada

*Pigmento (você pode utilizar o pó xadrez)

*Gesso cré precipitado

*Mascara para evitar que respire as partículas de pó.

*Espátula ou faca para trabalhar a massa.

*Um pedaço de vidro ou azulejo para trabalhara a massa.

*Papel toalha


Eu não trabalho com medidas precisas, por isso utilizo um caderno de anotações no qual eu também pinto alguns quadrados e enumero a cor encontrada. Com o tempo você aprenderá as devidas proporções.

PREPARO:



Misture o pigmento com gesso cré e adicione água para umedecer. Vá trabalhando a massa até que a mistura esteja pronta, adicione o um pouco do gel de goma tragacanto até obter uma massinha de modelar. Faça rolinhos do tamanho que preferir e deixe secar sobre o papel por aproximadamente 48 horas. 



Para um mesmo pigmento adicione proporções diferentes para obter tons diferentes.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

MESTRES DO RENASCIMENTO - CCBB BRASÍLIA


Começou dia 12 deste mês a exposição MESTRES DO RENASCIMENTO, e irá até o dia 5 de janeiro de 2014. A exposição conta com obras de Leonado Da Vinci, Rafael Sanzio, Sandro Botticelli, Donatello e outros grandes renascentistas. É uma oportunidade unica para quem gosta de arte; para professores levarem seus alunos; para casais ou para curtir em família.

A arte renascentista surgiu na Itália no século XV. Para muitos não é considerado um estilo, mas uma variedade de estilos e técnicas; com sua estética demasiada realista e suas representações mitológicas ou religiosas. Um período de grande evolução na pintura, com o surgimento de novos suportes e materiais.

Considero este um dos períodos mais fascinantes da historia da arte: por isso acho inconcebível que você perca a oportunidade de deleitar-se com esta coleção incrível. 

Leda e o Cisne - Leonardo Da Vinci

Rafael Sanzio
ÔNIBUS GRATUITO

• O CCBB disponibiliza ônibus gratuito, identificado com a marca do Centro Cultural.
• O transporte funciona de terça a domingo.

Terça a sexta: 
Galeria dos Estados: 11h, 11h55, 13h, 13h50, 14h55, 15h45, 17h, 17h50, 18h55, 20h, 20h45 e 21h50. 
Biblioteca Nacional: 11h05, 12h, 13h05, 13h55, 15h, 15h50, 17h05, 17h55, 19h, 20h05, 20h50 e 21h55. 
UnB Inst. de Artes: 12h10, 14h05, 16h, 18h05 e 19h10. 
UnB Biblioteca: 12h15, 14h10, 16h05, 18h10 e 19h15. 
CCBB: 11h35, 12h40, 13h30, 14h35, 15h25, 16h40, 17h30, 18h35, 19h40, 20h25, 21h30 e 22h45. 
Teatro Nacional: 11h45, 12h50, 13h40, 14h45, 15h35, 16h50, 17h40, 18h45, 19h50, 20h35, 21h40 e 23h*. 

Sábados, domingos e feriados: 
Galeria dos Estados: 11h, 11h50, 12h55, 13h45, 14h55, 15h50, 16h55, 17h50, 18h45, 19h50, 20h35 e 21h45. 
Biblioteca Nacional: 11h05, 11h55, 13h, 13h50, 15h, 15h55, 17h, 17h55, 18h50, 19h55, 20h40 e 21h50. 
UnB Inst. de Artes: 12h05, 16h05 e 19h00. 
UnB Biblioteca: 12h10, 16h10 e 19h05. 
CCBB: 11h25, 12h30, 13h20, 14h30, 15h25, 16h30, 17h25, 18h30, 19h35, 20h20, 21h30 e 22h45. 
Teatro Nacional: 11h35, 12h40, 13h30, 14h40, 15h35, 16h40, 17h35, 18h40, 19h45, 20h30, 21h40 e 23h*. 
Setor Hoteleiro Norte - ao lado da Torre de TV: 11h45, 12h50, 13h40, 14h50, 15h45, 16h50 e 17h45. 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"ARVORES DE BRASILIA"

"ARVORES DE BRASILIA" ACRÍLICO SOBRE TELA 87CM X 93CM 2004
Não gosto muito de pintar paisagens, mesmo assim fiz esta tela com representação de um fim de tarde ensolarado. Amo a variedade de arvores que existem espalhadas por Brasilia.




sexta-feira, 9 de agosto de 2013

"NARCISO"

"NARCISO" acrilico sobre tela 92cm X 92cm - 2003
O mito de "Narciso" esta entre os que mais admiro. 

A beleza de Narciso era tão incomparável que ele pensava que era semelhante a um deus, comparável à beleza de Dionísio e Apolo. Como resultado disso, Narciso rejeitou a afeição de Eco até que esta, desesperada, definhou, deixando apenas um sussurro débil e melancólico. Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa Nêmesis condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco. Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água e se embelezando.As ninfas construíram-lhe uma pira, mas quando foram buscar o corpo, apenas encontraram uma flor no seu lugar: o narciso; e então dai o nome narciso a flor.



Como comentado em uma postagem anterior, esta tela foi atacada por mofo e bolor, sendo preciso passar por um processo de restauração minucioso.




segunda-feira, 15 de julho de 2013

MOFO, BOLOR E TRINCAS NA PINTURA

"ALMOÇO NA RELVA" (uma das partes salvas por Monet)
A primeira vez que soube do ataque de bolor em pinturas foi quando li o livro "Monet" de Christoph Heinrich, pela Editora Taschen. O livro traz o relato da quase total destruição de O ALMOÇO NA RELVA de 4,20 X 6,50 metros. Monet teve que se desfazer do quadro como garantia ao seu senhorio por consequência de meses de aluguel em atraso. Mais tarde quando o pintor resgatou a tela, ela já estava em grande parte destruída pelo bolor. Ele recortou-a sobrando apenas duas partes da obra. Contam que tal obra esteve em seu poder até quase o fim de sua vida.

Para que você possa entender: bolor é o fungo em estágio inicial, quando, sobre diferentes superfícies, fica uma camada em alto relevo na tonalidade acinzentada. Sendo que o mofo é o fungo em estágio avançado, que deixa uns pontinhos pretos; muito difícil de sair quanto encontrado em superfícies fibrosas, principalmente tecidos. 

EXPERIÊNCIA CRUEL:

Tive o desprazer de ter uma de minhas telas("NARCISO") atacada por mofo e bolor. Quando percebi a tela já tinha grande parte de sua superfície atacada por tais fungos. Fiquei muito aborrecido, chegando a pensar em destruir a tela e fazer uma outra, mas depois de algumas pesquisas resolvi usar uma solução de água mineral e vinagre branco. Fiz uma limpeza demorada e bastante minuciosa para que eliminasse ao menos 90% do bolor. Para isto removi a tela do chassi, limpando frente e o verso. A tela ficou em observação por algum tempo para que pudesse ter certeza de que havia eliminado o risco de que tal praga voltasse. Consegui eliminar o fungo, mas restaram algumas manchas, resolvia guardar a pintura para que mais tarde viesse a fazer uma restauração. Mais uma vez tive uma surpresa, sendo que desta vez surgiram trincas na pintura. Demasiado aborrecido, pensei mais uma vez em destruir a tela. Então, mais pesquisa e o desafio de restaura-la. 



Voltei a trabalhar na tela, preparei um novo chassi e estiquei a tela cuidadosamente com medo de que a rasgasse, tendo o cuidado de não tensionar muito e correr o risco de surgir novas trincas. Voltei a trabalhar as cores de minha paleta, o que ajudou muito, pois costumo trabalhar quase que sempre com as mesmas cores. Depois de muito trabalho a tela ficou pronta, ganhou um aspecto diferente do que era antes, mesmo assim agradou-me muito.

COMO PODE TER OCORRIDO:

Comecei a a fazer experiencias com gesso acrílico, pois sempre achei legal trabalhar processos de tal alquimia. Ter a possibilidade de preparar meus próprios suportes sempre foi algo que sempre me atraiu muito. Escolher o tecido de algodão, preparar o gesso na devida proporção de gesso e goma, montar o chassi e esticar a tela. Então posso descrever alguns pontos que hoje ajudam-me a prevenir muitos problemas:

1 - Costumo lavar o tecido antes de usá-lo e enxaguá-lo bastante;

2 - Estico o tecido e aplico uma leve camada de gesso acrílico, deixo secar e plico mais uma demão;

3 - Estico a tela no chassi sem fazer muita tensão, mas tendo o cuidado de que não fique frouxa e venha a surgir mossas após a pintura da tela;

4 - Aplico uma camada de base de goma feita de grãos de pele de coelho, o que protege consideravelmente contra sujeira e reduz a taxa de degradação.

Estas são as dicas que tenho a respeito de tais problemas. Estou sempre em busca de novas técnicas, estudando sempre para continuar aprimorando minha técnica. Aprendendo com os erros e brincando com a imaginação.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

"EROS" (AUTORRETRATO)

"EROS" ACRÍLICO SOBRE TELA  100CMX100CM
Sempre fui apaixonado pelo mito de Eros. Achei que um dia iria encontrar o modelo ideal para esta tela. Um dia por acaso fiz uma fotografia minha, e foi ai que percebi que poderia fazer um autorretrato, escolhendo assim o mito de Eros como tema. Comecei a pintar quase que imediatamente, e levei três semanas para concluir. Surge assim a figura de um homem com uma flecha solida e mortal. Um arco cravejado de pedras, ereto e extremamente másculo. Talvez não tenha sido isto que havia planejado, mas era um cupido de ar melancólico e apaixonado. Suas asas rubras num tom de pura paixão e extremo calor. 


Eros (em grego Ἔρως; no panteão romano Cupido) era o deus grego do amor. Hesíodo, em sua Teogonia, considera-o filho de Caos, portanto um deus primordial. Além de o descrever como sendo muito belo e irresistível, levando a ignorar o bom senso, atribui-lhe também um papel unificador e coordenador dos elementos, contribuindo para a passagem do caos ao cosmos. Posteriormente foi considerado como um deus olímpicos, filho de Afrodite e de Hefesto ou Zeus, Hermes ou Ares, conforme as versões. Tendo, certa vez, Afrodite desabafado com Métis (ou Têmis), queixando-se que seu filho continuava sempre criança, a deusa lhe explicou que era porque Eros era muito solitário. Haveria de crescer se tivesse um irmão. Anteros nasceu pouco depois e, Eros começou a crescer e tornar-se robusto.








quinta-feira, 6 de junho de 2013

"LAZÚLI" "

"LAZÚLI" 20X30cm (NANQUIM, LÁPIS E PASTEL SECO SOBRE CANSON)
"LAZÚLI" 


Comecei este desenho a partir de um rabisco feito por acidente com grafite. Então imaginei que fosse parte de um quimono azul, e foi só dar continuidade a imaginação, embora o mesmo não tenha sido pintado de azul. Trabalhei o desenho em nanquim, como na época de escola quando usava as canetas bic para desenhar mas nunca chegasse ao ponto desejado. Hoje é possível encontrar as mais lindas gravuras feitas com tais canetas. 


Despretensiosamente consigo melhor rendimento quando não me comprometo com a perfeição, ai tudo que faço vai compondo aos poucos algo bem mais singelo. Não existem traços errados, apenas traços redirecionados. Cada detalhe surge naturalmente... É como um de meus poemas que acho que precisam ser melhorados e que mesmo assim os dou por concluídos. 


Me diga onde perdeu seus pensamentos para que eu possa encontrar a minha felicidade...

terça-feira, 28 de maio de 2013

"Réstia"

"Das pestes vagas nos desertos,
Conforme seja dado por morto.
Faz de ti a figura que desaparece
Da penumbra tosca dum encosto.

Conforme o dito por não dito,
Do calar repentino veio grito.
De súbito a voz perdida
Canta o desencanto em vida.

Que busca o abraço largo
No mais estreito dos fardos:
Como quem perde a alegria
Rente ao lábio desejoso.

Lança ao vento tuas palavras,
Pois de ti doces a amargas.
Minto a mim mesmo o querer
Para morrer conformado.

Quem me dera este absinto,
Sorvesse como se tu fosse.
Tal qual guerreiro vitorioso 
A devorar quem foi vencido.

Não demora muito agora,
Com o sol a romper aurora.
Rasga...
Nem sequer chora.

Dorme criatura vil.
Nem se apercebe que vou...
Que mesmo querendo ficar...
E fico de tolo que sou.

Sangro dos pés que te rondam,
Um menestrel incansável.
Cativo...
De quem se faz envaidecido. 

Reside em mim ultimo alento
Que de ti nada sustenta...
A não ser min'halma incauta
Em pleno descontentamento.

Dorme...Que do alto da muralha,
Donde quase tudo vejo,
E me esvazio do mundo
No meu imenso desejo."

quinta-feira, 23 de maio de 2013

MODIGLIANI


AMADEO CLEMENTE MODIGLIANI, nascido em Livorno na Itália, em 12 de julho de 1884. Ele foi o quarto filho de Flaminio Modigliani e Eugénie Garsin, que era filha de Isaac e Régine Garsin. Na época, os Garsin eram relativamente abastados - sobretudo um dos irmãos de Eugénie, Amédée Garsin, que enriquecera especulando com imóveis e mercadorias. No entanto os Modigliani tinham empobrecido, chegando à falência. Flaminio dedicava-se aos vários negócios da família, que incluíam mineração e agricultura na Sardenha, além de atividades comerciais em Livorno. Mas os negócios andaram mal. Foi o nascimento de Amedeo que salvou a família da ruína total, pois, de acordo com uma lei antiga, os credores não podiam tomar a cama de uma mulher grávida ou de uma mãe com um filho recém-nascido. Os oficiais de justiça entraram na casa da família, justamente quando Eugénie entrou em trabalho de parto. A família então protegeu seus pertences mais valiosos colocando-os por cima da cama da parturiente.


Quando criança foi acometido por várias doenças graves - pleurisia, tifo e tuberculose, que comprometeram sua saúde pelo resto da vida e cujo tratamento forçava-o a constantes viagens, até sua mudança definitiva para Paris, em 1906. Devido ao problemas de saúde não pôde ter educação formal e voltou-se para o estudo da pintura, iniciado na cidade natal, que prosseguiu em Veneza e Florença. Foi sua mãe que teve importante papel em sua educação, sendo estas aulas até os dez anos de idade. Os primeiros desenhos surgiram de forma precoce, antes mesmo de ir para a escola. Aos quatorze anos, durante uma crise de febre tifoide, ele delirava e, em seu delírio, falava que queria acima de tudo ver as pinturas no Palazzo Pitti e nos Uffizi, em Florença. Sua mãe então prometeu a ele que, assim que se recuperasse, ela o levaria a Florença; de fato, não só cumpriu a promessa como permitiu que o filho fosse trabalhar no estúdio de Guglielmo Micheli, um dos pintores mais conhecidos de Livorno, de quem Amedeo recebe as primeiras noções de pintura. Foi lá que adquiriu grande conhecimento e com grande voracidade captava tudo que estava ao seu redor e nutria sua alma de todo esplendo e paixão por pintura. No ateliê de Micheli, ele conhecerá, em 1898, o grande Giovanni Fattori, sendo assim influenciado pelo movimento dos Macchiaioli, em particular pelo próprio Fattori e por Silvestro Lega.


Era um boêmio, um homem da noite que apreciava absinto e retratava suas raparigas nuas e que muito escandalizaram a sociedade da época. Não tem como não ficar apaixonado por suas aventuras amorosas e pelas belas telas nascidas de tais paixões. Um homem que evocava Cézanne em suas pinturas, com sua paixão notada pelos traços da arte africana. Sim, foi na arte africana que ele mais espelhou sua obra, com suas formas alongadas e de uma falsa beleza singela. Falsa, pois existe ai um grande engano, vejo nelas uma complexidade e uma força a qual não consigo descrever.

Certa vez ele procurou um negociante de artes para vender algumas de suas telas, e o negociante sabendo de suas necessidades ofereceu uma quantia irrisória pelos quadros, ofendido, o pintor pega uma vara fura as telas e sai pelas ruas com elas penduradas às costas.

Em 1906, Modigliani transfere-se para Paris e, ao fim de três anos de vida boêmia, executa uma de suas obras mais importantes: O violoncelista, que expôs no Salão dos Independentes de 1909.


Sua grande musa foi Jeanne Hébuterne, uma joven de dezenove anos que estudava na Académie Colarossi e com quem teve uma filha, Jeanne, em 1918. Complicações na saúde fazem o pintor viajar para o sul da França com a esposa e a filha, a fim de recuperar-se. Retorna a Paris ao final de 1918.

Estava cada dia pior e não tinha muito a ser feito. Foi na noite de 24 de janeiro de 1920, aos 35 anos, Modigliani morre de tuberculose. No dia seguinte à morte do companheiro, Jeanne, grávida de nove meses, suicida-se, atirando-se do quinto andar de um edifício. Uma grande multidão assiste o funeral de de ambos no famoso Cemitério do Père-Lachaise, em Paris. A filha Jeanne é adotada pela irmã de Modigliani, e mais tarde veio a escrever a biografia de seu pai. 




sexta-feira, 12 de abril de 2013

NANQUIM


A tinta nanquim é de origem chinesa, preparada com  negro-de-fumo(pó-de-sapato). Pode ser utilizada em escrita ou desenhos. Com ela podemos conseguir as mais belas gravuras se empregarmos a técnica correta e muita dedicação. Sou apaixonado por desenhos, embora saiba muito bem que este não é o meu forte nunca deixei de praticar com nanquim. Para as pessoas que estão iniciando na técnica meu conselho é ter paciência e muita paixão por arte mesmo. 
ESTOJO DE CANETAS DESEGRAPH

Para trabalhar com nanquim eu utilizo as canetas DESEGRAPH, com as quais me adaptei muito bem. Sei que existem outras marcas no mercado que são muito boas, mas prefiro esta marca. Estas canetas requerem um trabalho e manutenção especial, como todo material de um ateliê. Principalmente se você demorou muito para conseguir ou adaptar suas ferramentas. Costumo limpar minhas canetas sempre que termino um trabalho. Normalmente elas vem acompanhadas de um pequeno manual de limpeza, embora para muitos seja apenas uma caneta eu aconselho que não deixe de lê-lo.


GUEIXA
NANQUIM, AGUARELA E PASTEL SOBRE PAPEL PARANÁ
30cmX60cm



Desenvolvida pelos chineses há mais de 2000 anos, é constituída de nanopartículas de carvão suspensas em uma solução aquosa. Embora, normalmente, nanopartículas dissolvidas em um líquido se agreguem, formando micro e macro partículas que tendem a se depositar, se separando do líquido, os chineses antigos descobriram que era possível estabilizar a tinta nanquim pela mistura de uma cola (goma arábica) na solução com pó de carvão e água. Hoje, é possível entender que, ao se ligarem à superfície das nanopartículas de carvão, as moléculas de cola impedem sua agregação e, portanto, sua separação do seio do líquido.

A tinta nanquim é muito parecida com a tinta sumi, de origem japonesa para a arte sumi e que tem, como composição, fuligem, colas especiais (goma arábica), água e especiarias. Os japoneses antigos tinham o costume de adaptar coisas trazidas da China, tal como o koto.

Hoje podemos encontrar nanquim em várias cores, o que torna possível composições belíssimas, muito embora eu prefira os trabalhos apenas com o preto.
Não tenha medo de tentar usar o nanquim, basta voltar a ser criança e desenhar tudo que vier a sua mente.
SAMURAI

NANQUIM, AGUARELA E PASTEL SOBRE PAPEL PARANÁ
30cmX60cm






















domingo, 24 de fevereiro de 2013

A ARTE DO BONSAI


Bonsai (japonês: 盆栽, bon-sai), que significa "árvore em bandeja".


Um bonsai precisa ter outros atributos entretanto além de simplesmente estar num vaso raso. A planta deve ser uma replica de uma arvore da natureza em miniatura. Deve simular os padrões de crescimento e os efeitos da gravidade sobre os galhos, além das marcas do tempo e estrutura geral dos galhos. Essencialmente é uma obra de arte produzida pelo homem através de cuidados especializados.

Apesar da forte associação entre o cultivo de bonsai e a cultura japonesa, na verdade foram os chineses os primeiros a cultivar árvores e arbustos em vasos de cerâmica. Há provas de que, já em 200 d.C. os chineses cultivavam plantas envasadas (mais conhecidas como Penjing) como prática habitual da sua atividade de jardinagem.


TÉCNICAS E CONTROLE DE CRESCIMENTO


O crescimento das árvores é controlado com a aplicação de várias técnicas:
  • Restrição do crescimento das raízes pelo vaso utilizado: Uma árvore não possui essa restrição na natureza, por isso cresce livremente.
  • Uso de adubos com menor quantidade de nitrogênio  O nitrogênio em excesso provoca crescimento acelerado e folhas com tamanho maior que o desejado.
  • Rega em quantidades moderadas: Entenda-se por moderada a rega feita com critério, não com economia. O que não podemos fazer é molhar nosso bonsai todos os dias, se não ele seca de um dia para o outro, por isso o clima, o vento, a localização da árvore vão sempre incidir diretamente na frequência de rega. A rigor, deve usar-se a sensibilidade, regar quando a terra estiver seca, e não regar quando ela estiver ainda úmida.
As árvores não são modificadas geneticamente. Praticamente qualquer espécie pode ser utilizada, sendo as mais famosas, as dos gêneros Pinus(pinheiros), Acer (bordo), Ulmus (olmos),Juniperus (junípero/zimbro), Ficus(figueira), Rhododendron (rododendro ou azálea), dentre outros.




ESTILOS
Podem ser encontrados bonsais de vários tamanhos, sendo que a maioria fica entre 5 cm e 80 cm. Os bonsais medindo até aproximadamente 25 cm podem ser chamados shohin. Costuma-se chamar os bonsais menores que 7 cm de nano.
Podemos encontrar, na natureza, árvores que crescem em formas bastante variadas. Essas formas são imitadas através de "treinamento" (aramação e poda). Os estilos abaixo são os básicos tradicionais. Existem outros que são considerados subtipos dos descritos abaixo.

Estilo floresta
  • Chokan: Estilo ereto formal. Árvore com tronco reto, que vai diminuindo de espessura gradualmente, da base ao ápice. Os ramos devem ser simétricos e bem balanceados.
Estilo semi-cascata
  • Moyogi: Estilo ereto informal. Tronco sinuoso, inclinando-se em mais de uma direção à medida que progride para o ápice, embora mantendo uma posição geral mais ou menos ereta. A árvore deve dar a impressão de um movimento gracioso.
Estilo formal
  • Shakan: Estilo inclinado. Tronco reto ou ligeiramente sinuoso, inclinando-se predominantemente em uma direção.
  • Kengai: Estilo cascata. A árvore se dirige para fora da lateral do vaso e então se movimenta para baixo, na direção da base do vaso, ultrapassando a borda do mesmo. Os vasos nesse estilo são estreitos e profundos.
  • Han-tensoi: Estilo semi-cascata. Semelhante ao anterior, com a árvore caindo a um nível abaixo da borda do vaso, mas não chega a altura da base do vaso.
  • Fukinagushii: Varrido pelo vento. Árvore com ramo e tronco inclinados como que moldados pela força do vento.


MÉTODOS DE CULTIVO

MISHO

O método do misho é o cultivo a partir de sementes. Consiste em escolher uma espécie que dela se queira adquirir um bonsai, conseguir algumas sementes desta planta (se a espécie escolhida não apresentar sementes, o misho não se emprega nesse caso), plantar e esperar a germinação - processo que pode durar, dependendo da espécie, de 1 a 3 meses.
  • Método:
    • Escolhidas as sementes, deve-se selecionar as que estão ainda viáveis. Um método bastante eficaz consiste em deixá-las em um vaso com água na noite anterior ao plantio, de um dia para o outro. As sementes férteis irão afundar e as mortas flutuarão.
    • Deve-se preparar a sementeira, de preferência um vaso ou caixa de madeira com aproximadamente 15 cm de profundidade, com um orifício no fundo para drenagem, que deve ser coberto com uma tela de náilon para impedir escoamento do conteúdo.
    • Deve-se cobrir 1/4 da profundidade do vaso com grânulos de cascalho.
    • A camada seguinte deve ser já o substrato (sem cascalho fino) até um pouco mais da metade do vaso. Não deve ser utilizado nenhum tipo de adubo nessa fase.
    • As sementes devem ser depositadas nessa camada de terra, separadas 4 cm uma das outras e cobertas com uma camada de 2cm de terra fina.
    • A rega deve ser abundante, mas não a ponto de encharcar o vaso.
    • Depois de 3 meses de brotamento as plantas estão prontas para adubação. Pode ser aplicada uma pequena quantidade de adubo líquido, colza ou torta de mamona.
    • Dependendo da espécie, a época de se transplantar a muda para uma bandeja de bonsai varia entre 1 a 2 anos. Após esse período ainda não temos um bonsai, apenas uma muda. Deve-se então continuar com os passos do método Yamadori.

YAMADORI
Yamadori significa mudas colhidas na natureza, mas para conseguir as mudas, você pode muito bem comprá-las num horto. Este método pode ser aplicado como continuação do misho, porém, com a economia de alguns meses (a idade da muda irá influir neste caso). A muda deve apresentar caule curto porque algumas espécies tendem ao crescimento vertical exagerado do caule, tornando-se inadequadas para se tornarem um bonsai - por isso devem ser moldadas desde muito cedo.
Vale notar que em caso de colheita da muda natural, deve-se ter cuidado para não danificar as raízes na hora da retirada.
  • Método:
    • As mudas, quando compradas, geralmente virão em um saquinho de plástico preto que deverá ser removido no início do processo.
    • Embora os bonsai sejam plantados em uma bandeja, as mudas adquiridas não devem ser replantadas de imediato nesse tipo de recipiente pois ainda não são bonsai - devendo portanto ser replantadas com procedimentos semelhantes aos do misho, no que diz respeito ao preparo do solo.
    • Uma vez que a muda for retirada da terra, os galhos devem ser podados na proporção do volume das raízes. A poda deve ser feita com tesoura bem afiada e muito cuidadosamente, de modo a não prejudicar a forma que se deseja dar ao futuro bonsai. Deve-se começar a poda pelas raízes secas ou danificadas, e prosseguir para os galhos em igual situação. Terminada a chamada poda de limpeza, deve-se observar a proporção do volume de raízes em relação aos galhos: se faltarem muitas raízes, talvez seja necessário podar alguns galhos. A proporção dos galhos em relação às raízes é geralmente seis galhos para quatro raízes.
    • Deve-se acomodar as raízes da muda no vaso e acrescentar terra gradualmente, compactando-a levemente com os dedos. O vaso deve conter terra o suficiente para cobrir as raízes, mas sem nunca ultrapassar a borda do vaso. Deve-se pressionar a área aterrada com as mãos usando pouca força, e sem a utilização de ferramentas.
    • Depois que a muda for plantada, talvez ela precise ser amarrada ao vaso com um barbante forte, fio ou apoiada de alguma forma para não mudar de posição ou cair, até que as raízes fiquem mais fortes. Esse apoio deve ser mantido por cinco meses.
    • As mudas recentemente plantadas devem ser colocadas a meia sombra, ao abrigo dos raios diretos do sol e do vento. Como este é o estágio de crescimento de raízes novas, deve-se regar a terra duas vezes por dia durante os três primeiros meses.
Existem também outros métodos de cultivo como o sashiki, que é a preparação de mudas para bonsai por estacas de galhos, e a alporquia, que é a técnica aplicada com o objetivo de forçar o crescimento de raízes de um determinado local de um galho ou segmento de tronco de uma árvore natural.

FONTE WIKIPÉDIA