Da esquerda para a direita, a partir de cima: Patrick, Christian, Glauber, Josias, Douglas e Victor. |
Partiram cedo...
Eram apenas os primeiros raios de sol a corar o rosto.
O primeiro despertar para vida.
Seis folhas levadas pelo vento.
Amigos de rua, de brincadeiras e de uma mesma simplicidade.
Corações pulsantes e cheios de vida.
Quem dera poder impedir...
Quem dera poder prender num abraço e não deixar partir.
Seis colibris a voar.
Trabalhar e estudar;
Trabalhar por ser preciso ajudar em casa;
Estudar por saber que assim poderiam chegar a algum lugar.
Sonhar.
Seis golfinhos a nadar.
Amigos serão sempre amigos.
Lembranças de quem se foi.
Saudade de quem ficou.
Receio de que isso nunca pare de acontecer.
Seis lírios na janela.
Nada poderá preencher o vazio.
Nada poderá cicatrizar essas dolorosas feridas.
Nenhum desses pais será o mesmo.
Indefesos... E o que podemos fazer?
Seis amigos/
Seis irmãos/
Seis filhos/
Seis não pais/
Seis não engenheiros/
Seis não avós/
Seis vidas interrompidas.
Seis pares de pernas que atravessavam na faixa.
Sabes da dor?
Sabes realmente o quão frágeis somos?
Sabes qual seu papel neste momento?
(Eu não sei... Estou perdido no meio de um tiroteio.)
Pois bem, sei apenas que isto me dói muito.
O seis sou eu e você.
O seis é um número maior.
É uma estatística ainda mais estarrecedora.
É um multiplicar por seis inúmeras vezes.
Seis JOVENS.
Seis mil Patrick,
Seis mil Christian,
seis mil Glauber,
Seis mil Josias,
Seis mil Douglas,
Seis mil Victor.
Seis formas de amar.
Seis formas de sentir saudades.
Seis formas cruéis de pensar na nossa humanidade.
Seis formas tristes de despedida.
Seis anjos.
Seis vidas...
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